Guardar os discípulos
Jesus é nosso modelo em tudo, inclusive como discipulador. Em sua oração ao Pai, Ele derrama o seu coração e revela o seu sentimento para com os seus discípulos.
João 17:6; 9-12
Manifestei o teu nome àqueles que me deste do mundo. Eram teus, tu os deste a mim, e eles têm guardado a tua palavra.
É por eles que eu peço; não peço pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. Todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, enquanto eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um. Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste; eu os protegi e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.
A ligação de Jesus com seus seguidores era forte e profunda. Aqueles que o seguiam, faziam parte de sua vida. Eram como seus filhos. Jesus declarou ao Pai: “Eram teus, e Tu mos confiaste”; Jesus tinha um sentimento de intenso amor e cuidado por seus discípulos.
Uma evidência disso é que Jesus afirmou-lhes que estaria partindo, mas não os deixaria órfãos; enviaria outro Consolador. Esse tem que ser também nosso sentimento e postura para com os discípulos. Guardá-los e protegê-los em nome de Jesus, de forma que não percamos nenhum daqueles que o Pai nos der.
É uma incoerência nos esforçarmos muito para ganhar uma vida e a perdermos com facilidade depois de um tempo. O esforço para não perder ninguém tem que ser, no mínimo, igual ao que fazemos para ganhar alguém. Às vezes, pelo fato de um discípulo dar muito trabalho, alguém pode aceitar, com certa facilidade, que ele se vá e se perca.
Precisamos, entretanto, ponderar sobre o risco de dedicarmos todo o tempo a quem está com problemas e não cuidarmos devidamente dos fiéis. Neste caso, é passada uma mensagem silenciosa de que só os discípulos trabalhosos merecem cuidados, desanimando os demais. A atenção aos que estão se perdendo não pode ser maior do que a dispensada aos que estão andando bem.
É extremamente necessário amar e servir a todos, mas ter uma dedicação especial aos fiéis.
Confiança
Provérbios 11:13
Quem muito fala trai a confidência, mas quem merece confiança guarda o segredo.
Provérbios 17:9
Aquele que cobre uma ofensa promove amor, mas quem a lança em rosto separa bons amigos.
Quando tratamos do tema proteger e guardar os discípulos, a confiança é de extrema importância. Se perdermos a confiança do discípulo, perderemos seu coração, podendo comprometer sua vida espiritual.
Resgatar o perdido
No capítulo quinze de Lucas, estão registradas três parábolas de Jesus a respeito desse assunto, nas quais podemos conhecer, mais uma vez, o sentimento de Jesus para com os que se perdem. A Parábola da Ovelha Perdida; da Dracma Perdida e a do Filho Pródigo.
Cada uma dessas parábolas ilustra uma situação diferente de perda. Na primeira, encontramos uma perda que se deu pela debilidade da própria ovelha. Na segunda, encontramos uma perda causada por descuido do responsável pela dracma, pois a dracma não pode perder-se sozinha. Na terceira, vemos um caso de abandono deliberado por parte do filho mais moço.
Nas duas primeiras, a ação foi a de ir atrás do que estava perdido e buscar com zelo até encontrar. Na terceira parábola, o pai ficou esperando. Porém, nas três situações, o sentimento era de perda, amor e intenso desejo de recuperar o que se perdeu.
Necessitamos fazer todos os esforços para evitar que alguém se perca! Se algum discípulo não está bem, busque ajudá-lo! Não espere, passivamente, que ele caia e se afaste; pelo contrário, lute por aquela vida!
Se, porém, alguém se afastar, façamos todos os esforços para trazê-lo de volta. Vamos até ele para ouvi-lo, amá-lo e lavar-lhe os pés. Não podemos desistir de ninguém, nem nos acomodar, até encontrá-lo e trazê-lo de volta.
Trecho do 6 capítulo do livro Discipulado: Um guia prático.
Escrito por: Samuel Farias
Samuel é Pastor, Palestrante, Professor de biologia e desenvolve trabalho de suporte missionário na África e Haiti.
O texto acima expressa a visão do autor sobre o assunto, não sendo necessariamente a visão do site.