Jesus ensinou muita coisa, inclusive ensinou os discípulos a orar. Ele disse, em Mateus 6:6 “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”.
Nesse estudo sobre oração, iremos analisar diversos pontos importantes. Na oração de Jesus registrada em João 17, é como se ele tivesse deixado uma frestinha da porta aberta para que pudéssemos ouvir sua oração: suas prioridades, seus desejos, sua vontade, são expostos ali. Esta oração revela o mais profundo, o mais íntimo de Jesus; por isso essa “fresta” só é aberta aos seus discípulos, aqueles que o conhecem na intimidade.
v.1-3: “Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”
- Jesus começa dizendo “PAI”, e o repete mais cinco vezes; e acrescenta: “PAI SANTO” (v.11), “PAI JUSTO” (v.25).
- Jesus nos revela o Pai! Ele quer compartilhar conosco esse relacionamento de Pai e Filho que está ao nosso alcance também.
- “Pai santo” e “Pai justo” revelam a natureza de Deus, e o seu desejo de que sejamos santos e justos como Ele.
- Só Jesus tem autoridade para conferir vida eterna, só ele tem o poder de tornar criaturas de Deus em filhos seus (Jo 1:12).
- A vida eterna é conhecer a Deus e a Jesus Cristo! Conhecer aqui não é mero conhecimento intelectual, mesmo que aprofundado; mas, é o mesmo que “coabitar”, conhecer intimamente, ou na intimidade. Vida eterna só têm aqueles que estão EM Cristo, que são íntimos dEle, pois Ele é a vida eterna!
v.6: “Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo.”
- Jesus manifestou e manifesta sempre o nome de Deus! O que temos manifestado aos homens? Que nomes temos pronunciado e anunciado: o nosso, o da nossa denominação, os de homens que apreciamos?
v.6: “Eram teus, tu mos confiaste”
- Os discípulos são de Deus, são de Cristo e não nossos; são confiados a nós para que os sirvamos e os edifiquemos, mas serão sempre de Deus, nunca nossa propriedade! Muito cuidado nisso!
v.6: “… eles têm guardado a tua palavra.”
- Discípulos são aqueles que guardam (PRATICAM) a palavra de Deus; são aqueles que recebem a palavra, e não ficam se justificando, desviando-se dela (v.8). Somente os que recebem, guardam e praticam a Palavra de Deus é que conhecem verdadeiramente a Jesus. Estes estão em Cristo!
v.11: “Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós.”
- Jesus ora para que vivamos em unidade, como a que existe na trindade; e ele o repete nos versos 20 a 23, acrescentando que a unidade pode e deve ser aperfeiçoada!
- Jesus deixa bem claro como se dá o aperfeiçoamento da unidade: Ele em nós; nós nEle (v.23). Quanto mais comunhão nós temos com Deus, mais comunhão nós teremos com os irmãos; se não temos vontade ou necessidade de estarmos com os irmãos, pode ser um sintoma de que temos tido pouca ou nenhuma comunhão com Deus (1 Jo 1:7).
- Essa oração de Jesus não se refere a uma unidade dos homens, que se tenta alcançar através de eventos evangélicos, reuniões, almoços, ou afinidades; mas a unidade como a de um corpo que se une e funciona sob o comando de uma só cabeça: JESUS! Se nós estamos sob o governo de Jesus, aí somos membros do seu corpo, ou como diz Paulo, “membros uns dos outros” (Rm 12:5). Isto sim é unidade!
v.14-19: “Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade.”
- Em primeiro lugar, Jesus oferece a Palavra de Deus e nada mais. Não há distrações, não há maneiras de suavizar o evangelho do reino, não há entretenimentos: música, dança, teatro, jantares… Não há encontros para homens de negócio, para mulheres prendadas, para jovens, para universitários, para surfistas, etc.
- Jesus não tem parte com o mundo, e os seus também não; e ele o diz duas vezes nesta oração! Será que a Igreja tem levado isso a sério? Não somos do mundo!
- Todas essas coisas citadas acima não são pecado, mas não farão com que vejamos a Deus. Hebreus 12:14 nos diz que é a santificação que nos fará ver o Senhor! Por isso Jesus ora para que o Pai nos santifique, e não que nos entretenha, ou nos agrade.
- A prática da verdade nos santifica, e a verdade é encontrada na Palavra e na vida e obra de Jesus (o verbo de Deus), e não nas opiniões de homens.
v.18: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.”
- Nós fomos enviados ao mundo, assim como Jesus foi; portanto, acabaram-se as nossas férias:
“Tendo Jesus convocado os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para efetuarem curas. Também os enviou a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos.” (Lc 9:1,2).
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mt 28:19,20).
“Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.” (Mt 10:16).
v.24-26:“Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste. Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja.”
- Jesus finaliza sua oração revelando a sua vontade: que nós estejamos sempre com Ele, onde Ele estiver! Algumas perguntas pertinentes:
Sabemos por onde Jesus tem estado?
Temos estado com Ele?
É Jesus que tem nos guiado ou nós é que temos tentado leva-lo por nossos caminhos, seguindo nossas inclinações carnais?
Qual vontade tem prevalecido, a dEle ou a nossa?
- Jesus termina como começou: “Eu lhes fiz conhecer o teu nome” (v.26)! Qual o nome de Deus que nos foi revelado por Jesus? Deus já havia revelado muitos nomes seus através dos profetas do Antigo Testamento: “Poderoso”, “Criador”, “Justiça Nossa”, “Deus Proverá”, “Minha Bandeira”, “Pastor”, “O Eterno”, “Rei dos Exércitos”, “O Grande-EU-Sou”. Mas “Aba Pai”, foi Jesus que nos revelou!
O nome que revela todo o amor e o propósito eterno de Deus é “Pai”. Deus quer que conheçamos e usufruamos de sua paternidade e vivamos em família, para a Sua glória. Isto é a Igreja! Amém!
Por Aguilar Lopes
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